Uso de plantas medicinais por mulheres no climatério

O uso de plantas medicinais pelas mulheres é uma prática cuja origem remonta às primeiras sociedades no cuidado da família, a partir da conexão com a natureza e dos saberes tradicionais. Esse conhecimento tradicional feminino permeia pela prática e habilidade de reconhecer, cultivar e utilizar as plantas para diversos fins (medicinais, alimentares, ornamentais, místicos, etc.). Dentre essas, várias espécies têm sido popularmente usadas para o tratamento ou prevenção dos sintomas e sinais do climatério. A terapia de reposição hormonal (TRH) é a prática atual mais comum para tratamento dos distúrbios do climatério. Porém, a TRH pode provocar diversos efeitos colaterais como, por exemplo, aumento dos riscos de neoplasias, embolias pulmonares, ganho de peso, edemas, náuseas, cefaléia e distúrbios psíquicos. Dessa forma, muitas mulheres procuram por tratamentos utilizando plantas, quer seja pelo fato de serem consideradas terapias menos invasivas, ou pela dificuldade de acesso e custo da TRH. Muitas plantas possuem substâncias análogas aos estrógenos, atuando como uma alternativa à TRH. Além desse fato, as plantas possuem propriedades medicinais diversas que podem amenizar diversos sintomas e sinais do climatério. Apesar desses benefícios, o uso de plantas necessita de uso consciente, certificando-se da espécie e forma de uso e preparo corretos. Não raramente são identificados erros de utilização dessa natureza e também há a crença de que produtos naturais são isentos de efeitos danosos. E ainda, evidências apontam a erosão desse importante saber popular, visto que ele é áglifo e transmitido pela oralidade. Embora haja um rico conhecimento sobre plantas em Ouro Preto, ele está concentrado na população mais idosa e em pessoas que tem acesso aos recursos naturais. Pretende-se nesse trabalho realizar trabalhos junto às comunidades, resgatando, analisando, orientando e valorizando o uso consciente dessas práticas pelas mulheres no climatério. As atividades planejadas visam propiciar uma troca de conhecimentos acadêmicos e populares, contribuindo para o registro e análise desses saberes e prestando esclarecimentos sobre o uso correto das plantas. O registro e análise dessas informações e a devolução desse saber às comunidades contribuem para a conservação e eficácia dessa prática. Essas atividades propiciarão a valorização do saber popular sobre o uso de plantas, melhorando a qualidade de vida da comunidade e estreitam a relação entre a universidade e a comunidade.

Coordenador Docente: MARIA CRISTINA TEIXEIRA BRAGA MESSIAS

E-mail: cristina@ufop.edu.br

Setor: DEPARTAMENTO DE BIODIVERSIDADE, EVOLUCAO E MEIO AMBIENTE (DEBIO)

Endereço: Campus UFOP – Morro do cruzeiro, Bauxita, Ouro Preto

Esse projeto integra o Programa: Programa ÍRIS: um olhar sobre o climatério

Redes Sociais