Território de afetos: inclusão social e gestão participativa do Parque Arqueológico Morro da Queimada

O Projeto “Território de afetos: inclusão social e gestão participativa do Parque Arqueológico Morro da Queimada” é uma proposta de retomada das ações extensionistas vinculadas à PROEX/UFOP, com vistas ao fortalecimento dos processos de socialização do conhecimento sobre o patrimônio arqueológico “Monumento Natural Municipal Arqueológico Morro da Queimada”(MNMAMQ), nos seus componentes histórico, cultual e paisagístico. A ação volta-se à sensibilização da comunidade dos bairros circunvizinhos à área tombada, por meio de atividades realizadas junto a professores e alunos do ensino Fundamental II da Escola Municipal Juventina Drumond, localizada no bairros Morro Santana, na Serra de Ouro Preto, na divisa com a área do Monumento em que está sendo implementado um parque municipal.

O MNMAMQ tem estado no foco das atenções de diversos atores da esfera pública municipal, mas pouco tem se desenvolvido em prol da inclusão das comunidades que vivem em seu entorno no processo decisório sobre as demandas e usos deste território patrimonial.

A área é conhecida como o berço da história de Ouro Preto. Foi palco da “Revolta de Vila Rica”, ocorrida em 1720. A documentação oficial associa o levante à resistência ao pagamento do fisco cobrado pela Coroa Portuguesa. Porém, pesquisas recentes vêm fortalecendo a hipótese de que a dramática represália ao movimento insurgente, com a incineração da área que viria a ser conhecida como Morro da Queimada, poderia estar associada ao principio da formação de um quilombo na Serra de Ouro Preto.

Hoje, o território da Serra conserva vastos complexos de ruínas arqueológicas e características fisiográficas resultantes da exploração de suas encostas. A área abriga, também, milhares de pessoas que ali chegaram por consequência da gentrificação causada pelo tombamento do centro histórico, já no século XX, pessoas que foram construindo suas casas sobre um território amplamente impactado pela ação antrópica. Nesse sentido, o debate acerca dos usos e direitos sobre o patrimônio histórico cultural da área de enfoque dessa proposta perpassa testemunhos de trezentos anos de rupturas e resiliências, nas relações entre as pessoas e os recursos do território da Serra de Ouro Preto.

Diante do exposto, o objetivo central da proposta é trabalhar, de forma lúdica e criativa, conteúdos geradores das disciplinas de História, Geografia, Artes, Educação Física e Matemática oferecidas aos alunos de 6o e 7o anos do Fundamental II, introduzindo conceitos fundamentais do conhecimento arqueológico (relações homem-ambiente, adaptabilidade humana, sazonalidade, registros materiais, paisagens, memórias, territórios e tempo), em diálogo com com as matrizes curriculares da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Como resultados esperados, destacamos a aproximação entre os recursos oferecidos pela Universidade e o potencial de vinculação de novos atores locais no engajamento social e fortalecimento comunitário nos bairros de enfoque das ações extensionistas.

Coordenador Docente: MARCIA MARIA ARCURI SUNER

E-mail: marcia.suner@ufop.edu.br

Setor: DEPARTAMENTO DE MUSEOLOGIA (DEMUL)

Endereço: R. Três, S/N – Ouro Preto, MG, 35400-000

Local: Escola Municipal Professora Juventina Drummond; R. São Pedro, 20 – Ouro Preto, MG, 35400-000