A cidade de Ouro Preto, atualmente reconhecida pela UNESCO como patrimônio mundial, surgiu ao final do século XVII com a chegada dos bandeirantes e descoberta do ouro. O crescimento populacional da região foi desencadeado pela intensa exploração aurífera, que se estendeu até meados do século XIX, culminando no seu reconhecimento como capital de Minas Gerais em 1823. A corrida pelo ouro teve início com a exploração em depósitos aluvionares às margens de afluentes como o Rio das Velhas e o Córrego Tripuí. Quando esses depósitos foram exauridos, durante o século XVIII, os garimpeiros começaram a explorar o ouro diretamente das rochas, resultando no desenvolvimento de diversas minas subterrâneas dentro da cidade de Ouro Preto. Já século XIX, as atividades exploratórias foram suspensas devido a drástica exaustão das jazidas, fazendo com que grande parte da população migrasse para a nova capital de Minas Gerais, Belo Horizonte. Apenas em 1950 a exploração mineral foi retomada pela indústria, tendo como principal foco o ferro, e hoje constitui um dos grandes pilares da economia regional. Atualmente, a economia da região é subsidiada primariamente pela exploração do ouro, do ferro, do topázio imperial e de forma secundária pelo turismo. A atividade turística em Ouro Preto é uma resposta direta a preservação do núcleo colonial, das minas subterrâneas desativadas e de reservas naturais, atendendo o turismo de cunho ecológico, geológico, histórico e cultural. Apesar da grande influência da exploração mineral na economia atual, no turismo, no histórico da cidade de Ouro Preto e na criação da Escola de Minas e da Fundação Gorceix, ainda existem obstáculos que impedem a troca de conhecimentos entre a Universidade e a comunidade de Ouro Preto no que diz respeito a geologia econômica e sua importância no âmbito regional e global. Seja pela complexidade do tema ou até mesmo pela falta de interação dialógica entre as comunidades. Sendo assim, esse projeto tem como objetivo executar atividades que promovam a disseminação do conhecimento relacionado aos depósitos minerais, contextualizando a região de Ouro Preto em uma linguagem acessível para a população. Dentre essas atividades estão a elaboração de cartilhas informativas, criação de materiais didáticos para mostra de profissões e confecção de mapas geoturísticos educativos. Além disso, o projeto também busca registrar o conhecimento histórico-popular acerca da exploração mineral na região e construir uma ponte entre os estudantes das escolas públicas de Ouro Preto e a Universidade, apresentando os cursos de Engenharia Geológica e Engenharia de Minas sob a perspectiva da exploração mineral. As atividades desse projeto têm como público-alvo estudantes de ensino básico em redes públicas e guias geoturísticos de Ouro Preto, e serão executadas pelos alunos e professores associados ao capítulo estudantil da Society of Economic Geologists do Departamento de Geologia – UFOP (UFOP SEG Student Chapter). Os resultados desse trabalho serão divulgados em mídias sociais, em apresentações em escolas estaduais de bairros periféricos de Ouro Preto, em cursos de capacitação para guias geoturísticos e em congressos e simpósios voltados para educação em geociências.
Coordenador Docente: EDISON TAZAVA
E-mail: tazava@ufop.edu.br
Setor: DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA (DEGEO)
Endereço: Campus Morro do Cruzeiro – Ouro Preto, MG, 35400-000